O meu galo canta de madrugada
vou lá no pasto e busco a vacada
No meu bom cavalo carioca
depois tiro o leite e faço o queijo
Pra reclamar tempo eu não vejo
ainda arranco e planto mandioca
Arroz, café, milho pra fubá, pra cidade nois nuca vai levar
É aqui mesmo no pilão que nois soca
tiro o dízimo de todo meu rebanho
É dez por cento do que eu ganho, assim que nois toca
Depois tomo um banho lá no ribeiro
pra me ajeitar e chegar ligeiro
Lá pra igreja que nois desloca
a igreja enche pra todo canto
Batismo com o espírito santo
vão todos quanto o pastor convoca
Pregador tem que ser bem avivado
pois nois aqui não estar acostumado
Com pregador que é igual pipoca
que pula pra cima e se arrebenta
Só faz barulho mas não sustenta, com isso nois não invoca
II
Muito por aí só tem reclamado
que é muito cargo esta ocupado
Na correria quase sufoca. sei que tudo isso é ilusão
Não tenhe sacrifício nem oração
é só remelexo e também fofoca
Eu sou fazendeiro e boiadeiro, mas na igreja eu sou obreiro
O trem com nois não entrega a paçoca
nois toca viola é porque nois gosta
Nois tem esses cargos nas costas, e não embodoca
Já vi muito crente na depressão
mas não leva vida em oração
Esse mas parece um crente foca
vive reclamando que é infeliz
Mas em tudo ele põe o nariz
é também no gelo que ele inloca
Obreiro na igreja desconcertado, birrento e mal acostumado
Mole igualzinho osso de minhoca. nois nunca encobre
Nem passa a mão, nois aqui é tudo de bom coração
nois desce a taboca