"a humildade
Faz o homem pela sua dignidade
Que mesmo com barreiras em sua frente
Não fecha os olhos pra liberdade... "
Aqui a humildade nunca será de mais
Onde o filho tem orgulho de ser comparado ao pai
Mas um dia chora sem soltar a voz
Quando a saudade ficará na ausência do seu herói
Vitima da corrupção sem sua diplomação
Não importa a cor, mas é mais um trabalhador no chão
Um trabalhador que não usa terno
E se for preso não tem regime semiaberto
Sempre fazendo todo dia algo que não gosta
Pra ser tratado, taxado e chamado de bosta
Até chegar aonde muitos da gente erra
Ir à vida do crime ou ser mais um na face da terra?
Vem à revolta a rebeldia
Cansado do seu salário baixo e da sua rotina
Acorda cedo, busão lotado
Desce no ponto errado e ainda chega atrasado
Leva bronca do cusão do seu patrão
Que acha fácil com seu carro do ano e não paga condução
Irônico que joga tudo na sua cara
Tudo que tem enquanto você rala
E os falsos colegas que parece gente fina
Mas se da liberdade eles vem e pisam em cima
Mas se você não der boi não
Eles fazem a sua caveira pro seu patrão
Cada dia o medo de ser demitido
De não poder dar o arroz e o feijão para os seus filhos
Vida de mediocridade, realidade
Onde pobre ferra o próprio "irmão" só pra tirar vantagem
São fatos da correria de um trabalhador
Que encara as barreiras da vida que o homem criou
Não importa meu mano, não adianta fugir
Não há esconderijo que te proteja daqui
Dessa selva de concreto, cercas eletrizadas
Não é cela de cadeia, mas aqui é uma cilada
Nossa saída é trabalhar
Pois a liberdade talvez venha quando a morte cantar
Como robôs programados a fazer à mesma coisa
A gente é em carne, mas tratados como trouxas
Qual a opção? qual escolha?
Se falar um "a", te mandam até calar a boca
Uma democracia desigual é irônico
Mas nesse mundo é apenas um pseudônimo
Humilhante ver assistir e viver
A forma que vivemos pra no final cada um daqui morrer
Me diz pra que isso então?
Uns seguram canetas de ouro
o outro com uma inchada na mão
Embaixo do mais ardente sol pode se ver
Se para um minuto, o patrão pergunta "por que? "
É só analisar e querer enxergar
Não virar a cara pra poder encarar
Taxa da pobreza, taxa das burguesas
Vê quantos que têm um caviar sobre a mesa
Chega ser repetitivo dizer coisas banais
Mas só assim pra tu ver que as épocas são iguais
Pode ser que a escravidão não seja tão explicita
Mas é instigada ao se ver de forma implícita
Não é um reboot, mas começa do zero
E as consequências continua com esmero
Um espetáculo com aplausos no fim?
Mas que as noticias boas se espalhe mais do que as ruins