O tempo vai fechando e não há pra onde correr
O povo todo corre, tentando se esconder
A água vai subindo, invadindo o seu lar
Desespero e gritaria por todo lugar
A elite assiste de longe
A tragédia de seus semelhantes
Por trás de grandes janelas
Protegidas em suas mansões
Total ignorância alimenta essa situação
Falta de perspectiva, falta de noção
A diferença entre classes começa a se destacar
Então a atenção é desviada pra outro lugar
O povo nas favelas
Sente tudo na pele
O muito que lhes falta
É esbanjado por poucos
Enchente!!!
Enchente!!!
Vidas reais compõem esta ficção
Tragédias urbanas se tornam repetição
A camada mais rica finge insatisfação
A água se vai mas a nossa memória não
Vidas são levadas pela falta de colaboração
A correnteza leva embora tudo sem compaixão
Gritos não ouvidos que agora não mais ecoarão
Até a outra tempestade, tudo será repetição