Meu canto é o por do sol, avermelhado do outono
É a brisa fresca da aurora, que disperta do sono
O sertanejo ao relento, largado a própria sorte
No dia a dia vivia, confrontando-se com a morte
São joão maria e zé maria, eram a esperança mais forte
Meu canto é uma nuvem branca, rasgando o céu azul
Guiada só pelo vento, indo pro norte ou pro sul
Assim tava aquele povo, vagando pelas estâncias
Já eram bandos imensos, velhos jovens e crianças
Taquaruçu, irani, redutos de grande importância
Meu canto é a voz do vento, nesses vales e coxilhas
Vagando pelas canhadas, seguindo as mesmas trilhas
Traçadas pelos jagunços, a um século passado
Que lutando pela terra, que deles tinham roubado
sem direito a voz nem vez, foram todos degolados
sem direito a voz nem vez, foram todos degolados