Não há perdição
se os braços vestem
amplidão
para nascer
Lembra que ontem
cedeu
pra viver ao chão
Sombras da canção
desolação das águas
infinitas
Almas são faróis
as naus, fantasmas
como nós
derivam nus
naufragam beijos de Sol
ao vagar da cruz
São restos de luz
no espelho opaco
da cinza das horas
sãs
Ao mar pra ver
o céu descer
só lá vou ter
enfim, meu ser; lá
vai despontar
sem medo
ao lar
só lá o meu penar
tem fim
Ardem os porões
dilatam as constelações - dentro de mim
vento bravio e mar
de arrebentações
Mudas procissões
velam procelas
e cristais partidos
mas
ao mar pra ver
o céu descer
só lá vou ter
enfim, meu ser lá
vai despontar
sem medo
ao lar
só lá o meu penar
tem fim