Olho no espelho e fico muito aborrecido
Ao ver meu rosto deformado pela idade
A cada espinho que aparece em minha pele
É um pedacinho dos caminhos da saudade
E cada fio dos meus cabelos branqueados
Me faz lembrar os velhos tempos que se foi
E o gemido de um cocão em meus ouvidos
Ele recorda meu velho carro de boi
Neste momento eu me sinto fracassado
Até mesmo humilhado na incerteza do que sou
Mas me conformo com o peso dos janeiros
Sou eu o velho carreiro que o tempo calejou
(Já não existe o Brilhante e o Barroso
Pra carrear junto comigo no espigão
De tudo isto só me resta uma saudade
E o meu carro lá nos fundos de um galpão)
Já não existe o Brilhante e o Barroso
Pra carrear junto comigo no espigão
De tudo isto só me resta uma saudade
E o meu carro encostado no galpão
Vendo um espelho refletir o meu passado
E o cansaço tomar conta do meu ser
Com uma lágrima parada na garganta
Sem esperança perco a força de viver
Neste momento eu me sinto fracassado
Até mesmo humilhado na incerteza do que sou
Mas me conformo com o peso dos janeiros
Sou eu o velho carreiro que o tempo calejou