Homem burro francisco nunca foi
Malandragem tinha que só vendo
Do juízo ninguém via vulto
E apesar de já adulto
Danado continuou sendo
Parado não sabia ficar
Trabalho não queria saber
E o povo só imaginava
Tem alguma coisa errada
Na cabeça desse ser!
Se alguém lhe perguntasse
O que ele queria da vida
Ele dizia: eu quero é viver
Ao contrário de vocês
Que se casam com as feridas!
Só o chamavam de louco
Pelo amanho do corpo
Que se fosse uma criança
Nem enxada nem aliança
Fariam parar de viver
Sempre vinha c'uma conversa
De fazer é o que gosta
Que se fosse por dinheiro
Nem doutor nem engenheiro
Fariam qualquer proposta
Pra ele coisa de doido
É se amarrar nesse mundo
Se esconder nessas modas
Ele é brega até nas bordas!
Mas é ele até no fundo
Eu quero é mesmo ser doido de pedra!
Que é pra num dar uma
De doido em me perder no mar
Deixa eu aqui no vento
Sem lenço, sem documento
Por que documento é só pra se alistar no mar
E lenço pra enxugar
As lágrimas que ele causar
Ele com essas ideias
Não agradou plateias
Dele o povo só dizia
Que era doido ou se fazia
Pra não ter que fazer nada na vida
Parecia que até o futuro
Era coisa programada
Nem pensar era seguro
Por que a mente era amarrada
Numa garrida pré estabelecida