Há muitos que latem por poucos quilates
Dizendo que lutam, que lucram, que lacram
Usando coletes à prova de balas
Dizem que são belos, são caros
Tem carros, tem casas, tem casos sem cores
Tem máscaras caras, más-caras
Que quando caem, não quebram, não cobrem
Refletem a face e disfarçam a foice
Despertam a fêmea, a fome, a fama
De comida, de comédia
Dizendo que gostam, que gastam, que amam
Mas que sentem muito
Que gostam, que gastam, que amam
Mas que sentem muito
Que gostam, que gastam, que amam
Mas que sentem muito
Que gostam, que gastam, que amam
Eu abro a boca, eu mostro o dentes
Eu abro a boca, eu mostro o dentes
Eu canto, eu penso, eu danço (eu sento, eu sinto)
Eu canto, eu penso, eu danço (eu sento, eu sinto)
Eu canto, eu penso, eu danço (eu sento, eu sinto)
Eu canto, eu penso, eu danço
E aqui faço
Me movo, morro e renasço
Feito capim que se espalha
Um pensamento cupim ou vírus
Que contamina suas ideias
Eu vou longe, alto, eu vou
Mas eu volto, longe, alto
Feito uma lenda, maldição
Um feitiço ou uma canção
Lenda mal, lenda maldição
Lenda mal, lenda maldição
Lenda mal, lenda maldição
Lenda mal-dição
Feitiço
Canção
Quem sou eu?
Mal-dição
Muito prazer, eu sou a nova Eva
Filha das travas, obra das trevas
Não comi do fruto do que é bom e do que é mal
Mas dichavei as folhas
E fumei a sua erva
Eu quebrei
A costela de Adão
Eu quebrei
A costela de Adão