Berrando nas nossas lembranças,
Questionando nossa hipocrisia,
Berros surdos as matanças,
Mais banais a cada dia,
Respondendo à ignorância,
Mentirosas estatísticas,
Mesmo assim mostram a ganância,
Que não é só dos nossos dias.
Imagine se as verdades,
Fossem totalmente públicas,
Reinaria a igualdade,
Suprimíamos as repúblicas.
Mas teimamos em mentiras,
Criamos falsas esperanças,
E no fim de nossas vidas,
Exalta a nossa intolerância.
E ao invés de ter lutado,
O luto preto solitário,
E ter buscado a consciência,
Não! Somos uns otários.
Muito longe a sapiência,
Confesso nunca ter provado,
Pois quando sei que fiz acerto,
Logo após fiz algo errado.
Mas busco mesmo sem sucesso,
A simplicidade dos fatos,
Movido sempre aos interesses,
Dos que dizem sermos fracos,
Mas somos a maioria,
A maioria esmagadora,
E somos feitos de otários,
Por esta classe espectadora.