Eu me olho no espelho
E perco o meu sentido
Não sei para onde vou
Mas sei que fico perdido
Eu quero contemplar
Do que da vida reste
Quero observar
O mundo de leste a oeste
Eu admito
Que me perdi no mundo
Enferrujei minha coragem
Quando se passa cada segundo
Eu pego as minhas armas
E deixo o vento me levar
Eu levo toda calma
Para o destino em mim chegar
Para poder ter
Na veia sangue quente
E poder mergulhar
No mar do oriente
E você se surpreende
Quando vê a minha alma flamejante
E eu vago por aí
Com espírito dominante
Eu queria entender
Como são os anjos
E podem fornecer
Ajeitos e arranjos
Já não posso entender
Se é beleza ou maldade
Que entra na vida de todos
E provoca calamidade
Eu não quero
Mais nada que a vida tem pra oferecer
O domínio e latifúndio
Eu já nem sei o que dizer
Agora eu quero
Somente me entreter
Com a felicidade dos outros
Mesmo que não possa ter
Eu vou vagando por aí
Quebrando vidraças e espelhos
Eu começo a rir
Dos sopros vermelhos
Eu só vou me juntar
A quem me der felicidade
Eu sou só um fragmento
Da centelha da bondade
Podia ser da realeza
Podia ser muito elegante
Podia ter muita riqueza
Mas sou só repugnante
Eu quero o seu sorriso
Pra minha noite clarear
Quero a tua voz
Para me acalmar
Não vamos preocupar-nos
São só os fantasmas do vento
Eu vejo os fragmentos do mar
Não consigo, mas eu tento
O universo já não pode
Caber na minha alma
Diante do sofrimento
Eu sempre perco a calma
Pelo menos
Acho que você consegue me entender
O que eu quero me expressar
O que sinto por você
Não é só esquecer
Não dá pra lembrar
Não podemos vencer
Não podemos ganhar
A cada espelho
Já não vejo minha imagem
Que esteve em todo lugar
A favor de passagem
E a vida volta a trazer
O que é meio e o que é fim
Já não posso te dizer
Se é tão tarde assim
Eu não posso mais olhar
Os seus olhos e cabelo
Eu quero despertar
Desse maldito pesadelo