Demorô, demorô
você demorou pra pintar o meu coração
Demorô, demorô
você demorou pra pintar no meu violão
Minha harmonia acalma a mais longa sinfonia
e a sua melodia deságua em meu mar
mas todo ponto de aumento aumenta minha aflição
de deixar sua colcheia sufocar-se em meu colchão
Demorô...
Sua batuta confusa altera meu andamento
e toda semifusa me induz a pensar
o que seria da vida se não fosse um instrumento
e você o dia inteiro me inspirando a tocar
Demorô...
Ah, eu queria ser a pauta
inspirando outra nota em seu ouvido sussurrar
que todo amor dessa vida faz parte de um único tom
e o cromatismo da alma não nos deixa desafinar, que bom!