Fora de lugar
sempre é bom deixar as coisas ao acaso
elas se ajustam como as raízes ao vaso
gostamos de manter tudo sob controle
e de repente o pequeno o grande engole
então boiamos como a folha seca no rio
quando esperamos o calor sentimos frio
o choro do outro nos inspira o riso
pois quase tudo sempre chega sem aviso
sentimos fome e não temos o que comer
e saturamos do que sempre nos deus prazer
correr na chuva é bom, mas traz resfriado
me sinto imune só quando estou do teu lado
tantas coisas não entendo, não entendi
sou desse tempo, e nunca me sinto daqui
mergulho fundo: o instante é muito raso
por isso prefiro deixar as coisa ao
acaso, acaso, acaso.