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Rio, caminho que anda
e vai resmungando
quem sabe, uma dor!
Ah! quantas pedras rolaste!
Outras pedras deixas-te
sem vida e amor!
Vens lá do alto da serra,
o ventre da terra
rasgando sem dó!
Eu, também,
venho do amor,
com o peito rasgado de dor... e tão só!
Não viste a flor se curvar,
o teu corpo beijar
e ficar para trás!
Tens a mania doente
de andar só pra frente,
não voltas jamais!
Rio, caminho que anda,
o mar te espera,
não corras assim!
Eu, também, sou um mar
esperando alguém
que não corre pra mim!