Porcaria, pisei denovo no piniquim de prástico
que minha vó me deu
Mais uma vez desse existir nessa mardita nesse
sertão desgramado.
Faze rima?
Esse sujeito pensa que nóis é besta
Mas eu vo mostra pra ele que besta eu num só mesmo
Eu sei fazê até rap!
Esse rap foi feito em riba de uma carroça
Não fala nada de nada, é um rap da roça.
Meu nome é zé firmino,
Sou filho do "sordado"
Que agarrou à força
A doida so sobrado.
Cresci sem tomá todi,
Nunca andei de velotró,
Num bebi "mulção scot",
Nem tomei "carcigenó"!
Cresci no sofrimento,
A miséria me cercava
Garrei prantá cebola,
Prá vê se as coisa melhorava.
Mas a seca matô tudo,
Tentei criá galinha,
Os muleque pulou o muro
E comeu minhas bichinha!(e nem usaro camisinha!)
Prantei a mão num cara
Que era filho do prefeito,
Os poliça me espancaro
No avesso e no direito
Tentei prantá mandioca
Nos terreno da mulata
Ela oió minha prantinha
Mando eu prantá batata!
Eu pensei:-eh, a vida é o cão de saia,
Prantá não é minha praia
Eu vou mudá, fui lá pro sertão do quixadá!
Porque esse rap foi feito em riba de uma carroça
Não fala nada de nada, é um rap da roça.
Refrão
Esse rap eu escrevi no meio da minha palhoça,
Não fala nada de nada é um rap da roça.
Fui trabalhá num sítio de um dotô coroné,
O sujeito era esquisito, me fazia de muié.
Eu fazia obrigação, era bão dona de casa
Mas a imaginação do sujeito criô asa,
Pedia beijo de língua, mas eu não dava!
Refrão
Teve um firme na cidade de um tar de lampião
Resolvi virá jagunço, dos mai ruim deste sertão,
Na primeira das tocaia, pra mostrá que eu era mar
Avistei zé das lacraias, tasquei-lhe um tiro de sar
O menino caiu morto, durinho no meio data
Morreutodo sargadinho, porque tinha pressão arta!
Troquei a carga da espingarda, usei bala diliça
Veio dona ermengarda com um balaio de lingüIça,
Tasquei-lhe um tiro certo na carcunda esquelética
A véia caiu morta porque era diabética!(também, eu
Não
Tinha bala dietética)