Trabalhei um mês com um caminhão
E o meu patrão era um tal mané
Me pagou a conta e me mandou passear
Depois de xingar a classe dos chofer
E o homem tinha toda a sua razão
Com o seu caminhão lá no canindé
Um poste e uma casa eu desmantelei
Quando manobrei o carro em marcha ré
Como em nossa vida logo tudo passa
Eu entrei na praça em carro de aluguel
Trabalhando à noite como empregado
Num ponto afamado na praça da sé
Eu tinha mania da velocidade
Dentro da cidade eu metia o pé
O meu apelido era "pé na tábua"
Eu dizia: N'água salve quem puder
Cabelo penteado, meu boné de lado
Sempre assanhado quando via mulher
Eu pagava multa quase todos mês
E algumas vezes duas tres até
Sempre mariscando eu formava pega
Deixando o colega sempre de má fé
Dei uma trombada perdi o pára-lama
E fiquei de cama com gesso no pé
Com a minha mania de cabra largado
Fui prejudicado, veja como é
A guarda civil me tirou a carteira
Para o bem da ordeira classe de chofer
E até foi bao que isso aconteceu
Pois agora eu vejo boa maré
Mudei profissao e ganho dinheiro
Hoje sou violeiro lá no sumaré