Deitada na rua a menina nua
vendendo seu corpo para qualquer um
Ser ter cerimônia e morrendo de insônia
mergulha pra lugar nenhum
Deitada na praça, cheirando a cachaça, com o rosto se graça
A menina nua, na nuvem de crack,
Na sombra do muro, envolta no escuro flutua
É a idade do caos, é a idade do mal
É a idade do roubo, é a idade do crime
A idade do estorvo,onde a vida é irônica
É a idade da pedra bubônica...
E com um pouco de pó, um pouco de fogo,
Com bicarbonato de sódio,
O olho piscando, o rosto tremendo e a alma vestida de ódio
É a idade das nuvens, é a idade sem cor
É a idade sem paz, o dinheiro, a ganância,
É a idade da nóia, o cavalo de tróia
É a idade da pedra bubônica...
É a idade do roubo, é a idade da morte
É a idade da fuga, é a idade da dor
É viver sem amor nessa vida satânica
É a idade da pedra bubônica...