Tu que me deste o teu carinho,
E que me deste o teu cuidado,
Acolhe ao peito como o ninho,
Acolhe o pássaro cansado,
O meu desejo incontentado,
Há longos anos ele arqueja,
Em aflitiva escuridão,
Sê compassiva e benfazeja,
Dá-lhe o melhor que ele deseja,
Teu grave e meigo coração.
(estribilho)
Sê compassiva se algum dia,
Te vier do pobre agravo e mágoa,
Atende à sua dor sombria,
Perdoa o mal que desvaria,
E traze os olhos rasos de água.
Não te retires ofendida,
Pensa que nesse grito vem,
O mal de toda a minha vida,
Ternura inquieta e malferida,
Que antes não dei nunca a ninguém,
E foi melhor nunca a ter dado,
Em te pungindo algum espinho,
Cinge a em teu seio angustiado,
E sentirás o meu carinho,
E sentirás o meu cuidado...