Quando sentiu que a dor partiu quis se alegrar
Se decidiu, fraca, um tiziu, não se entregar, num segundo então
Desjoelhou-se daquele chão, esquecidos da adesão do seu corpo à terra chã
Ao se mostrar nem pouco dócil àquela sorte,
Disse à morte errar a porta da sua mente forte e sã
Apartou os cílios, contou quatro filhos,
Um amor e uma paixão, defronte em bela justaposição
Deslembrou dos medos, relembrou segredos que
Ainda restavam por contar
Foi quando o cio da criação
Coçou os ossos da sua mão
Se não for tão tarde assim
O sempre é sempre tempo demais
O que pode ser dança, presente ou vingança,
Prisão sem fiança, vai além do que se vê,
Mas aquém do seu querer, no exato meu poder!
Eu que te fiz, cá por um triz de desfazer
Pede o seu bis, vira os quadris pra merecer
Tanto esforço em vão
Eu fiz a chance, você o refrão,
Mas não vi um coração no teu peito percussar
Feito tambor pr’Oxalá!
Longe daqui! Quando a música acabar
Somente um corpo oco, a treva e o teu silêncio a estrondar
Se não for tão tarde assim (...)