Não vivo só por viver
A minha história ainda vou escrever
Pelos outdoors da cidade
Danço só por prazer
Ligo até alguém atender
Digo oi e até mais: era saudade
Canto para espantar o pranto
Rezo para todos os santos
Acendo uma vela quando repousa o sol
Navego nos ponteiros do tempo
Deixo-me levar pelo vento
Vejo uma luz ofuscante do farol
Lanço o meu feitiço e tranco
O meu coração tão brando
Pra que você não fuja mais
Despeço-me sem dizer adeus
Mas os olhos meus
Compensam a minha falta de voz
Vôo como um passarinho
Mergulho como um tubarão
Tão só quanto um espinho
Tão seguro quanto este chão
Ando sem olhar pra atrás
Caminho um tantinho mais
Continuo pra chegar até
Onde alcançar a minha fé