A tradição é uma chama num gaúcho coração
quimando igual nó de pinho, no braseiro do galpão
vivendo em tempos de paz, não se maneia a ilusões
carrega a alma guerreira de antigas revoluções
Conserva o gosto da lida em rodeio e campereada
proseia em altas da noite, levanta de madrugada
fecha um palheiro crioulo enquanto a chaleira esquenta
se sente o dono do mund é gaúcho na essência
Sorve a alma de ancestrais no amargo verde sulino
conserva histórias e lendas de mistérios campesinos
boitatá nas madrugadas, o negro do pastoreio
ronda a campear os cavalos que se apartam dos arreios
Abre o peito nas bailantas, nas cantigas do rincão
preserva sempre a cultura e os costumes do seu chão
montando em pingos de lei à preceito bem domados
é majestade no pampa de bota e chapéu tapeado.