O povo confunde justiça com vingança
O idiota confunde poder com arrogância
A dança confunde o corpo com o som
O artista confunde sucesso com o dom
O homem confunde estar só com solidão
O preso confunde liberdade com o vão
A criança confunde a mãe com o berço
O bispo confunde o vírus com o terço
O ocidente confunde filosofia com dor
A cidade confunde avanço e rancor
O poeta confunde delírio e instinto
A morte confunde o fim com princípio
E no deserto de nuvens de tão cinzas
Perdi várias noites para ver o sol
A confusão da multidão
Entre bombas de efeito moral
Deus me livre de ser normal
Que eu acho em mim, em minha casa
Que eu acho em mim
O cara confunde perdoar a memória com esquecer
E ela confunde admirar com pertencer
O velho confunde sabedoria com erosão
O novos confunde os pés pelas mãos
O samba confunde ritmo e vida
O funk confunde caos e alegria
E no deserto de nuvens de tão cinzas
Perdi várias noites para ver o sol
A confusão da multidão
Entre bombas de efeito moral
Deus me livre de ser normal
Que eu acho em mim, em minha casa
Que eu acho em mim
A mídia confunde as rédeas com juízo
O dinheiro confunde não ganhar com prejuízo
A ginga confunde balanço e resistência
A beleza confunde talento com aparência
E no deserto de nuvens de tão cinzas
Perdi várias noites para ver o sol
A confusão da multidão
Entre bombas de efeito moral
Deus me livre de ser normal
Que eu acho em mim, em minha casa
Que eu acho em mim