Brasil cabano onde estão os muras
Que o pano da história
Rasgou no paradeiro
Nas funduras da memória do passado
Existe um povo abandonado
Que um dia foi guerreiro
Brasil negreiro eu vim de dentro das senzalas
Tenho ainda em minha fala
O fardo brando das correntes
Que todo dia eu arranco na poesia
Do meu canto de alegria
Acalanto pra essa gente
Brasil senhor sou também um fardo triste
Que resiste no tempero
Desse imenso caldeirão
Preto, branco, índio
São tua mistura
É tão clara a tua pintura
E é sombra luz o teu clarão
Meu Brasil já são cinco os teus cem anos
Tantos sonhos e enganos
Marcaram tua verdade
Pátria amada não mate o verde da bandeira
Pára com essa brincadeira
De brincar de liberdade