Lá na roça era bonita nossa noite de natal
O meu pai panhava flores as mais lindas do quintal
Para enfeitar a varanda as janelas e o beiral
Colocava bandeirinhas até no fio do varal
A porteira e os portões os palanques e os mourões...
meu pai pintava de cal
Debaixo de um parreira sobre à luz de uma candeia
A gente ali de juntava meia-noite tinha ceia
Se a noite fosse clara céu azul de lua cheia
Ficáva-mos conversando até umas quatro e meia
Oh meu Deus que maravilha no almoço da família...
novamente a casa cheia
Os compadres do meu pai não faltavam na reunião
Alguns vinham a cavalo e outro de carretão
Chegava gente de longe algumas léguas de chão
Uns vinha lá da estiva outros do chapadão
Eram muitos afilhados de crisma e batizados...
o meu pai dava benção
Já no primeiro do ano a festa se repetia
A turma estava de volta tudo aquilo prosseguia
O meu pai matava um boi com os vizinhos repartia
Era muito diferente do jeito de hoje em dia
Era uma festa animada dentro da nossa morada...
tudo era alegria
Depois vinha outra festa no começinho do mês
Uma semana depois já era o dia seis
A gente ali festejava o dia de Santo Reis
Tudo o tempo pois um fim tudo isso se desfez
O meu sonho é uma promessa de ver outra festa dessa...
nem que fosse uma só vez