Chega aqui, fala comigo de mansinho
Bem baixinho, como se fosse só para mim
E não precisasses de falar para uma multidão que não está lá
Se quiseres nem precisas falar
Conheço-te como se fosses um
vidro translúcido, às vezes tão lúcido
como se a razão existisse em ti
Se eu soubesse ser assim, feliz
Como tu pareces quando sorris
Então já não precisava de ti
Se eu pudesse ter-te aqui, tão perto
Sem como do sol fosse o deserto
Então já não precisava de ti
Chega aqui, fala comigo bem baixinho
De mansinho, como se fosse só eu
a ouvir as confissões e indiscrições
que havias de me fazer...
Se quiseres nem precisas dizer
Tenho-te como a palma de uma mão
Que havia de me ficar tão bem
Essa mão com que agarras o mundo
Chega aqui, só tu e e então solta-me a mim
como um balão que se desprendeu
e deixou a criança louca no chão