Ave Maria, ave de rapina, assum preto
Me acenda o coração e o zoio que eu tenho medo
Essa paixão me cega e eu não tenho mais jeito
De desatar o nó que me amarrou o peito
Veio de leve como chuva de verão
E foi molhando pouco á pouco minha vida
Depois plantou a semente dessa paixão
Comeu o fruto e bebeu o sumo da dita
Tenho meus olhos cegos pela poesia
Respiro e suspiro desejos e vontades
De onde vem essa coisa que não devia
sou hoje um bicho acuado de saudade.
(CD Remanso)