Senhor, tu me sondaste, e me conheces
Tu sabes o meu assentar e o meu levantar
De longe entendes o meu pensamento
Cercas o meu andar, e o meu deitar
E conheces todos os meus caminhos
Não havendo ainda palavra alguma na minha língua
Eis que logo, ó senhor, tudo conheces
Tu me cercaste por detrás e por diante
E puseste sobre mim a tua mão
Tal ciência é para mim maravilhosíssima
Tão alta que não a posso atingir
Para onde me irei do teu espírito
Ou para onde fugirei da tua face?
Se subir ao céu, lá tu estás
Se fizer no inferno a minha cama
Eis que tu ali estás também
Se tomar as asas da alva
Se habitar nas extremidades do mar
Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá
Se disser: decerto que as trevas me encobrirão
Então a noite será luz à roda de mim
Nem ainda as trevas me encobrem de ti
Mas a noite resplandece como o dia
As trevas e a luz são para ti a mesma coisa