Se é amor que você quer
Recebe!
Me bebe, sou drink que quiser
Mistura de montila com guaraná
Eu gosto de dança de par
Quando as coxas se encostam
Seio no peito, confronto
Olho no olho, encontro
Sua boca que silencia a minha
Não é reza! É anistia!
O pecado dos nossos corpos misturados
É como se você dissesse
Dá um bocado?
E a gente divide culpa e santidade
Teus segredos guardo em meus beijos, cumplicidade
E a gente se mastiga
Você me excita
Brinca indiferente
Como se não de repente
E se alguém descobre da gente
Como faz?
Todos os outros vão saber que te amei mais
Somos mistura de vinhos
É seco, suave, rosé
É tinto!
Lembra você?
Sorrindo, dizendo
Mariana, não vai dar certo
Ela escreve
Eu escravo
Ela tem métrica
Eu só faço em verso
Porque acho bonito
Ela deve conhecer uns cinco países
Eu conheço o bar com a cerveja mais barata do bairro
E cá pra nós
Já nem está tão barata
Ela faculdade
Eu facultativo
Ela fala três idiomas
Eu acho que nem português sei falar direito
Porque às vezes o dono do bar não entende o que eu falo
Ela escreve no quarto
Eu depois do quarto copo
Escrevo no guardanapo
Usando o balcão do bar de apoio
Ela breve
Eu bravo
Ela clama
Eu reclamo
Pra ela amor acaba
Pra mim amor é escambo
Ela diz que caibo no seu canto
Eu de canto, canto
Me aproximo aos tantos e no entanto
Ela tem pressa de ser feliz
Eu tenho um peito que não é pressa, é brisa
Você de canto, canta
Mente dizendo não caber
Aqui?
Se o problema é espaço
Pego tudo que em mim já foi ocupado
E me desfaço!
Não me contento mais em só caber no seu abraço
Eu silêncio
Ela se queixa
Eu me encaixo
Ela excede
Eu escasso
Ela merece
Eu marasmo
Ela tem modos
Eu tenho medos
Ela tão tarde
Eu tão cedo
Ela já sabe
Eu já disse
Ela escreve
Eu escravo
Ela com suas palavras
Eu com as minhas
Ela só não sabe que
Eu sou quase seu inverso
E mesmo controverso, confesso
Eu gosto mesmo é quando a gente
U n i v e r s o s