Lá no morro da Mangueira
Bem em frente à ribanceira
Uma cruz a gente vê
Quem fincou foi a Rosinha
Que é cabrocha de alta linha
E nos olhos tem-se um não sei que
Numa linda madrugada
Ao voltar da batucada
Pra dois malandros olhou a sorrir
Ela foi-se embora e os dois ficaram
E adepois se encontraram
Pra conversar e discutir
Lá no morro
Uma luz somente havia
Era a Lua que tudo assistia
Mas quando acabava o samba
Se escondia
Na segunda batucada
Disputando a namorada
Foram os dois improvisar
E, como em toda façanha
Sempre um perde e outro ganha
Um dos dois parou de versejar
E, perdendo a doce amada
Foi fumar na encruzilhada
Ficando horas em meditação
Quando o Sol raiou, foi encontrado
Na ribanceira expirado
Com um punhal no coração
Lá no morro
Uma luz somente havia
Era o Sol quando o samba acabou
De noite, não houve Lua
E nem tambor