Senhores Críticos deixai-me
Passar sem pego
Que um matuta sertanejo
Traz uns ?versin? pra cantar
Eu sou da terra
Onde a cauã é cantora
Sou do meu nordeste
Tenho razão de cantar
(refrão)
Entre garranchos e espinhos
Vive o povo do sertão
Dorme em banco ou no chão
Mais se tem bom Coração
Não sou Cecília Meireles
Nem Carlos Drumont
De Andrade
Não espere obra prima
Dum sertanejo plebeu
Eles cantam a riqueza
Os bosques a natureza
Eu canto a roça a cabana
Conto o sertão que é meu
(Entre garranchos e
espinhos...)
Contudo peço licença
Ao majestoso Recinto
Pra dizer tudo que eu sinto
A respeito da cidade
São retalhos diferentes
Bordados de toda cor
Violência, violência
Não se fala de amor
(Entre garranchos e
espinhos...)
Ofereço os meus versos
Rudes e brejeiros
Pra Chegarem a academia
Ou mesmo no estrangeiro
Não preciso de cadeira
Pode ser mesmo um banquinho
Pra sertaneja que viveu
Entre garranchos e espinhos