Deixa-me assim mesmo
Desde sempre acostumei-me a ter
Um olho vesgo na testa
Deixa-me assim mesmo
E um dedo sem unha atras da orelha
Me é leve este jeito
Acostumei-me a ter
Um osso liquefeito
No hemisfério sul do coração.
E este pulmão de pelúcia
Tão singular, é meu...!
Não esforçei-me nunca da descoberta
Terapeutica das coisas
Sinto, amo, bebo e como a vida
Com meu molde esquisito
E meu sangue amarelo
Deixa-me ser este adereço antigo
Por que razão tenho que ser de ferro