Vamos sair sem avisar nossos pais,
E voltar na ponta dos pés.
Pensar que somos fortes por poder escolher
E não ver que toda opção leva ao mesmo lugar.
Vamos comer sem garfo, faca ou colher,
E depois lavar as mãos.
Vamos chorar pelo que não fizemos e
Lamentar tudo o que não pudemos fazer.
(refrão) (2x)
Vamos gritar bem alto no vácuo,
Vamos mostrar nossos desejos,
Vamos impor nossas verdades,
Vamos dizer que somos livres.
Vamos sair sem avisar nossos pés
Rodar o mundo como se rodassemos o quarteirão
Vamos sair catequisar corações
Fazer com que o mundo todo escute esse nosso refrão.
Vamos lutar pelo que não fizemos
E buscar tudo o que não pudermos fazer.
Eu ando pelo mundo
Eu fito e miro o céu
Vejo a verdade nua
Vestida com jornal
Eu olho pela chuva
Reflexos do mal
E gritos solitários
Me dizem para onde ir
Eu olho e sinto em dejavour se repetir
O mórbido cotidiano que passa na televisão
Uma menina se entregando sem querer
Um pivete levando un bofetão
Um mendingo com canudo e pós graduação
Uma esposa apanhando do marido
Que chega embriagado de manhã
Que culpa tenho eu se Eva comeu a tal maçã
Pra mim meu filho vai nascer santo
Do jeito que eu nasci
E é porisso que eu insisto em repetir
Como esse mundo é desigual
Pois já nascdemos com pecado
E sem capital
E se a internet é a nova torre de Babel?
Eu mando meu e-mail em forma de oração
Em um, simples papel que já enrolou pão
A mera epopéia de um réu
Culpado de vicer no ódio,
Desavenças e desilusão
Eu mando minha tristeza em forma de cordel
Eu mando minha decepção em forma de oração
Eu mando meu protesto em forma de canção.
(refrão) (2x)
Vamos gritar bem alto no vácuo
Vamos mostrar nossos desejos
Vamos impor nossas verdades
Vamos dizer que somos livres!!!!!