O teu sorriso canhoto
De trevos do acaso e conforto
Fez da minha agonia
Um sentimento rarorizontal
Do meu violão, meu Rocinante
E de mim um gesto acenante
Se a minha voz de bêbado incomoda
Deixe-me engarrafado
Se hoje uso nariz de porco
É porque deixei de ser palhaço
Ontem meu circo pegou fogo
E ninguém me deu sinal de consolo
Pendurei minhas botas de cowboy
E esbocei uma cidade perdida
Te edifiquei em vários quadros
Com pincéis arqueológicos
Disparei contra o deserto
E acertei o meu silêncio