Como alvorada em seresta
Acordo antes do sol
Antes que réstias, adentre as frestas
Do meu humilde paiol
Levanto com o aroma da paz
Cheio de esperança e de Fé
Vou alimentar os animais
Para depois. tomar meu café
Vou trabalhar cantarolando
Com tamanha esperteza
Parece que estou andando
Com os passos da natureza
Eu sou um rapaz da roça
Que por mais que possa
Eu não mudo não
Meu Brasil precisa de quem trabalha
Com chapéu de palha, e de pés no chão
Eu sou um rapaz da roça
E as minhas mãos grossas, produzem o pão
As vezes o tempo atrapalha
Mas é por Deus não falha, a minha plantação
A tarde dói os meus braços
Trabalhei mais do que pude
Mas não reclamo do cansaço
Graças a Deus, eu tenho saúde
Vou aproveitar o arrebol
Para aliviar a canseira
Depois de uma cavalgada
Um bom banho de cachoeira
Depois que o sol se ir
E o farol da noite regressar
Janto, e logo vou dormir
Para amanhã, tudo recomeçar
Eu sou um rapaz da roça
E o amor também coça, coça o meu coração
E o meu olhar se orvalha
Se não vejo Anália, e a minha paixão
Eu sou um rapaz da roça
E vivo das coisas aqui do sertão
Porem se alguém me retalha
A fé me agasalha
Numa oração