Real Tormento
Liberdade, liberdade, liberdade, liberdade
Madruga na favela, a policia invade, hipocrisia que
sai atirando sem ter alvo
Bala perfura a madeira fina do barraco
deixando dois moleques órfãos
Que já não tinham pai e agora sem mãe
ele não tem ninguém para guiar o seu caminho
Vai ter que se virar sozinho e ainda sustentar o
irmãozinho
E o moleque não foge da batalha leva a vida com um
pingo de decência
Mas até a vendinha onde trabalha vai de mal a pior
tá abrindo falência
Em pouco tempo desempregado,
sem perspectiva, desesperado
Sem ninguém pra ajudar e as contas pra pagar, pro mês
ainda dá mas vou passar apertado
Ele correu atrás até não poder mais
saiu as ruas, procurou emprego nos jornais
Mas incapacitado de fazer o que é capaz
na boca viu um método eficaz
Ó meu deus eu não sei mas o que fazer, minha mãe dizia
pra eu não me envolver
Mas não tenho outra escolha eu não tenho querer
necessidade pede pra comer
Madrugada a dentro nesse real tormento e assim és um
novo funcionário do relento
Passando pra matar a fome
morrendo de medo dos homens
Liberdade, liberdade, liberdade, liberdade
E o tempo foi passando e ele se acostumando vida no
corre guerra do cotidiano
Juntava dinheiro pra ter tudo do bom e dar um futuro
pro seu irmão
Num dia de vacilo o improvável
ouve um flagrante inesperado
Eu não tive outra escolha, seu doutor, por favor
tomou um tapa e cala a boca malandro safado
Gastou tudo até então juntado pra poder pagar o
advogado
Mesmo assim condenado pois não tinha o suborno
suficiente exigido pelo delegado
Na troca de idéia, companheiro de cela eu falava sobre
seus filhos que estão aqui fora
Nesse momento ele chora minha nossa senhora o que será do meu irmão agora
Mas o pior ainda estava pra acontecer, tinha um mal
pressentimento e não sabia o que
Explodiu a revolta dentro da prisão muitos revoltados
com a super lotação
Os assassinos fardados entram em ação são vários
pipocos e muitos corpos no chão
Então varias famílias ficam na agonia
quem esta vivo ou morto após a rebelião
Liberdade, liberdade, liberdade, liberdade
Boatos na favela es a noticia que chega abalando todo
mundo
Que o pivete que só tinha o irmão agora está sozinho
neste mundo
Tristeza bate forte revolta afeta a mente do moleque
que até então era meio inocente
Cabeça muda de repente e traz surpresa a muita gente
E a revolta e o sofrimento se misturam no momento em
que a nossa família foi tirada
E esse real tormento já conduz ao pensamento a saudade
das pessoas amadas
Se eu cresci na favela eu não tenho outra opção meu
verdadeiro destino é um só
Agora vou ser ladrão não igual o meu irmão vou ser
muito pior
E o moleque cresceu e fez seu nome
bandido periculoso
sujeito homem
Ganhou o respeito da comunidade pois nunca deixava
ninguém passar fome
Viu vários irmãos indo para prisão mas eu estou
tranqüilo e vou seguir firmão
Varias cenas só de drinque e mulherão
e o som sempre no talo no carrão
Mas a inveja existe e o Zé povinho sempre pronto pra
caguetar
Noite tranqüila como sempre flagrante veio de repente
Troca tiro pa pum, mas são séis contra um e nessa conta
adivinha quem sai na pior
Bandido pra sociedade, mas herói da comunidade
Pobre sempre preso e o rico sempre livre a tal de
justiça na verdade é uma quadrilha
Es um caso onde esta nossa policia bandida assassinou
toda uma família
> allew69