Num episódio mítico,
Paa-zuma reinava sobre uma cidade paradisíaca
na cavidade de um vale fértil,
florido de árvores maravilhosas,
presidindo os destinos do universo é o deus mais antigo do Titikaka.
Um dia as águas subiram tanto que invadiram o vale e
nenhum habitante escapou à monstruosa inundação.
Só o felino que subiu até o alto do Sol,
tornando a ilha sagrada no coração de um mar lacustre.
Quando o sol se extingue e as trevas reinam não se vê mais
do que as verdes pupilas do Puma.
Durante muito tempo esta foi a única luz que
iluminou o lago e que os povos das Cordilheiras percebiam.
As águas baixaram e os ancestrais adotaram
o Puma como Tótem supremo.
E quando o felino morreu,
Paa-zuma divinizou-o sob a forma de um rochedo
no cume da ilha sagrada...
A ilha do Puma...
Perdidos vestígios pagãos,
escapados à submersão falam sobre a lenda,
a cidade mítica de Paa-zuma, perdida nas brumas do tempo.
O sol se extingui e as trevas reinam
Vejo minha face petrificada sob o Portal da Lua
Em abismos flamejantes de minhas visões
O poder do sangue ruge nos rios de minh'alma.
Fui expulso de meu mundo
Tornei-me um apocalipse
Correndo com a tempestade
Confrontando o imensionável.
Adentrei ao reino da morte...
Antecipei minha existência e morte
Decidindo sobre meu destino
Derrubei os dogmas sobre a morte
Enquanto o sangue negro corria de minhas veias abertas.
E partindo na noite... Sobre imenso mar
Em dramática sinfonia...
Lá estava o reino de Paa-zuma
Estou de volta ao reino de Paa-zuma
Antigo palco de sonhos & tragédias
Glória ilustre pagã!!!
Escute nossa voz, jamais alguém passou por aqui
Em escura jornada
De encontro ao estado primordial - Mítico reino perdido
Onde velho descansarei desta jornada.