Ela lê Milan Kundera
Dorme a sesta no sofá
Ele dança a coladera
Até de manhã
Ela cola em Murakami
Pirandello, Emile Zola
Ele salta da cama
E dança um funaná
Ela cita Houellebecq
Ele frita acarajé
Enquanto toca ukelele
E ele ataca com kizomba
Ela encosta-se a um Kant
E fica para ali de trombas
E ferra-lhe um Dante
Ele tem um achaque
A ela dá-lhe um remoque
Ele lança um contra ataque
De funk e ela manda um Balzac
Ela às vezes está carente
E chama um profissional
E discute ali a quente
Niilismo existencial
Mas logo logo se arrepende
E volta para casa mansa
Ele nem sequer entende
Mas entra no pé de dança
E ela atura ukelele
Ele acata o Houellebecq
E ela tolera Pelé
E ela dança uma kizomba
E sai do seu Kant
E ele ali feito uma pomba
De peito impante
Ela faz xeque-mate
Ele dá-lhe um amoque
É o amor que contra ataca
Com o toque de mel de Balzac
E ela dança uma kizomba
E sai do seu Kant
E ele ali feito uma pomba
De peito impante
Ela faz xeque-mate
Ele dá-lhe um amoque
É o amor que contra ataca
Com o toque de mel de Balzac