E era as folhas espalhadas, muito recalcadas do correr
Do ano
A recolherem uma a uma por entre a caruma de volta
Ao ramo
E era à noite a trovoada que encheu na enxurrada aquela
Poça morta
De repente, em ricochete, a refazer-se em sete nuvens
Gota a gota
Era de repente o rio, num só rodopio a subir o monte
A correr contra a corrente assim de trás para a frente
A voltar à fonte
Um monte de cartas espalhadas des-desmoronando-se
Todo em castelo
E era linha duma vida sendo recolhida de volta ao novelo
Era aquelas coisas tontas, as afrontas que eu digo e que
Me arrependo
A voltarem para mim como se assim tivessem remendo
E era eu, um passarinho caído no ninho à espera do fim
E eras tu, até que enfim, a voltar para mim