Desde cedo fui criado no padrão
Pra arremedo do empregado do patrão
Ganhei prêmio, fui crismado, fiz serão
Fui boêmio, fui soldado, fui cristão
Homem do povo, filho de um cidadão
Eu, desde novo, nunca, jamais, disse não
E podia: Não
E hoje em dia: Não
Isso não, digo não, não, senhor
E adianta: Não
Faz de conta: Não
Isso não, morro então, se assim for
Desde novo foi falado, meu varão
Foi um estorvo pro finado, meu patrão
Fez conflito, fez pecado, fez questão
Foi proscrito, foi jurado, foi pagão
Homem sem medo, jamais me deu atenção
Já desde cedo, para o que viu, disse não
E podia: Não
E devia: Não
Isso não, ele não, me escutou
E ele disse: Não
E sumiu-se: Não
Isso não, morro então, lutador