Tanto faz, de teresina ao rio
A violência é o que faz
A gente andar pra trás,
Mas mesmo assim eu rio
Há uma alma
Cativa em cada cubículo pregresso
Garis recebendo salário
Pra se livrarem do excesso
Mas há no lixo social uma
Perseverança de caatinga
E cada lixo retorna ao seu lugar
Todos querem agora gozar desse tal ritmo
De gente discriminada
De nordestino raquítico
Que entra pelo cano, mas britadeira
Nunca foi lambreta de baiano
Frito na lata ou paçoca no embornal
O que sai pela boca é o que te faz mal
Bala achada na praia
Ou perdida no corpo
Olha o sopro de vida
Que se mistura à dor
E no choro da mulher parida
Aí depois tu vai me dizer, que
A gente nunca te avisou, que
Toda essa dor que tu sente
É colheita do mal que tu semeou