Olhou pra caatinga amarelada
Que o poente avermelhou
A vida sofrida da chica do agreste
Que pé que levou
A chica avistava o mar
Via o mar ô
Que alegria
O mar chegou
Por mais que pareça impossível
Ela não parou de sofrer
Ainda que discriminada
Mudou pra em São Paulo viver
Se tornou camelô
Se iludiu quando viu o dinheiro corrido
Mas nunca parava em seu bolso
Até dava desgosto
Esforço, pra quê?
Essa vida difícil
É um teste de honra, pra um povo tão vil
Uma gente sofrida que aos poucos constrói o Brasil
E a chica guerreira caiu na barreira da humilhação
Voltou pra sua terra
Com sangue da guerra e o calo na mão