O valente boiadeiro
Segue firme a sua trilha
No fim de tarde, sol brilha
E o dia passa ligeiro
No fim da lida, o vaqueiro
Sendo grato ao criador
Canta aboios em louvor
Por saber que na estrada
Vai tangendo a boiada
No desgaste do calor
Lamentando a solidão
Sentindo a dor da saudade
Sepulta sua mocidade
Nas estradas do sertão
Atravessa o riachão
Sobre o baio marchador
Que com grande destemor
No trote da cavalgada
Vai tangendo a boiada
No desgaste do calor
A noite no céu aponta
Véu de estrelas a brilhar
Com o cobertor do luar
Sobre a serra a cama monta
Uma história ele conta
Pro luar questionador
Retratando a grande dor
Da distancia da amada
Vai tangendo a boiada
No desgaste do calor
Assim vai levando a vida
Incansável, não recua
E rasgando a terra nua
Tem sua missão cumprida
Desse jeito é sua lida
Na alegria ou na dor
Valente e batalhador
No inicio ao fim da jornada
Vai tangendo a boiada
No desgaste do calor
Quando o dia amanhece
Ele monta a sua tralha
Segue sua vida na estrada
Com coragem sem temor
Reza pra nossa senhora
Pedindo sua proteção
No peito a saudade é dor
Relembra a sua morada
Vai tangendo a boiada
No desgaste do calor