Em Mato Grosso, sertão cuiabano vive a boiada ali nos pantanais
Apareceu um rapazinho pobre que nesse mundo vivia sem paz
E foi chegando na fazenda estrela de seu Timóteo grande fazendeiro
Que vendo aquele sorriso criança chamou Joãozinho pra seu companheiro
Menino alegre de grande talento ali vivendo na lida de gado
Foi revelando em muito pouco tempo ser boiadeiro dos mais afamados
Foi transportando o gado pro sertão bom laçador e grande berranteiro
Foi na cidade de Ponta Porã que ele arrumou o seu amor primeiro
Cortando as estradas cheio de poeira avermelhando o chão dos pantanais
Quando lembrava da linda faceira o seu berrante chorava demais
Mas o destino mudou sua vida quando gozava a flor da mocidade
Naquela grande luta boiadeira a sua herança foi enfermidade
João boiadeiro coração doente foi despedindo do seu Mato Grosso
Foi pra São Paulo para tratamento e conhecer o gigante colosso
Foi recebendo um coração paulista deixando o seu que veio do sertão
Dr. Zerbine com as mãos sagradas foi quem lhe fez essa transplantação
João Boiadeiro de coração novo mas durou pouco sua nova vida
Pois o destino lhe tombou por terra foi sepultando sua despedida
Assim termina a vida de um caboclo que Deus te guarde no reino da glória
Vai boiadeiro de dois corações fica seu nome no livro da história.