É sacolejo de mulata, é vento no pé.
É batuque, prato e faca, é negro balé.
É um grande sururu na roda, é banzé.
É cadência que desata a cintura da mulher.
O samba é mistura de Mané Garrincha com Pelé.
O samba é curtido no talo da cana e no café.
É filho de santo de olho na cambona,
torresmo, rabada e azeitona,
é pau da braúna, é minha fé.
O samba é a minha fé.
O samba é a minha fé
É água limpa de cascata caindo num véu.
É nego batendo lata, fazendo escarcéu.
Diz a lenda que Xangô deitou com Oxumaré,
quis pegar Ogum no tapa, mas Ogum disse no pé.
O samba é caiana, tundá de baiana, candomblé.
O samba é malandro que bebe cachaça em cuieté.
É preto banguela correndo da polícia,
criança brincando de carniça,
é rabo de galo, é minha fé.
O samba é a minha fé.
O samba é a minha fé.