Vem do fundo do quintal, o seu tempero, iaiá
Que o povo sambar, quero provar teu sabor
Aprendi lá no salgueiro
Que o grande segredo é um toque de amor
Salgueiro, meu celeiro
Raiz que cultivo no meu coração
Conta que o índio pescava na aldeia
E nas noites de lua cheia
Viajava na imaginação
E navegadores de além horizonte
Vieram explorar o ouro abundante
E foram tantos bandeirantes por minas gerais
Um elo (ôôô) que une as raças no amor
Da sinhazinha apaixonada
De saia rendada e perfume de flor
Ao negro que cansado minerava
Olhando as estrelas, cantou sua dor
Oh meu pai do céu, mata a minha fome
Eu só me alimento de fé e saudade
Que brote a liberdade nesse chão
E adoce o gosto amargo da escravidão
Panela de ferro e pilão,
A chama permanece acesa
Queimando a lenha no fogão
Fazendo os quitutes pra mesa
Farinha pro caldo engrossar
Morena cê tem que mexer
Cachaça queimando a garganta, divino prazer
Minas, tu tens a imagem da mãe do rosário
Que “ora por nos” e me dá proteção
Assim como a minha menina
Que passa e desperta a paixão
Você é um doce deleite pro meu coração
Composição: Antônio Gonzaga