Lá pras bandas de Ouro Fino
No jornal anunciava
O menino da porteira
Que o boiadeiro falava
Era um menino peralta
Que seu pai não respeitava
Todas as boiada que via
O menino assustava
Com um bodoque na mão
Na porteira ele trepava
Lá de cima do mourão
Pedra nos bois atirava
Se o boiadeiro falasse
O menino não importava
Era o prazer que ele tinha
Quando a boiada estourava
Um dia de tardezinha
O berrante arrepicava
Quando apontou a boiada
Na porteira ele estava
Na frente vinha o mestiço
Que o boiadeiro cismava
Lá de longe o boiadeiro
Com o menino ele gritava
Num corredor apertado
A boiada empelotava
Foi pisando no menino
O pobrezinho falava
Me socorre, boiadeiro
O pobre se lastimava
Morreu de uma morte triste
Que o boiadeiro chorava
Hoje chora a pobre mãe
Fazendo reclamação
Os boiadeiro mudaram
Até a transportação
Porque perto da porteira
Aparece uma visão
Em assim que vão passando
Sai todos no carreirão
É a alma do menino
Tá fazendo assombração
Para o bem da sua alma
Fizeram de proteção
Desmancharam a porteira
E arrancaram os dois mourão
E fizeram a capelinha
Pra cumprir a devoção