Tropeiro véio que deixava a cama cedo
Do mês de junho ele nunca teve medo
No mês da geada encarangava o seu dedo
Mas dez arroba pra ele era brinquedo
Tropeiro véio que não vai mais na cidade
Tropeiro véio que da tropa tem saudade
Naquele tempo não havia caminhão
Lombo de burro era nossa condução
Transportava a riqueza do sertão
Lá pra cidade pra sustento da nação
Tropeiro véio que não vai mais na cidade
Tropeiro véio que da tropa tem saudade
Tropeiro véio hoje triste fica vendo
Lá na estrada caminhão passar correndo
O seu arreio lá no canto apodrecendo
Mas a saudade no seu peito vai crescendo
Tropeiro véio que não vai mais na cidade
Tropeiro véio que da tropa tem saudade
Tropeiro véio seus cabelo embranqueceu
Foi o presente que o passado lhe deu
A sua história um poeta escreveu
E nesses versos seu passado reviveu
Tropeiro véio que não vai mais na cidade
Tropeiro véio que da tropa tem saudade