Quem vê aquele berrante
No batente pendurado
Não conhece a sua história
Nem o significado
Esta guampa criminosa
É de um boi assassino
Um pantaneiro furioso
Que matou um pobre menino
À beira de uma estrada
No sertão de Ouro Fino
Muita gente ouviu falar
Do menino da porteira
Seu nome ficou na história
Nesta terra brasileira
Foi lá no sertão de Minas
Há muitos anos passados
Num ranchinho a beira chão
Seu destino foi traçado
No chifre de um pantaneiro
Seu coração foi varado
Quando eu soube da notícia
Meu coração balançou
Fui atrás daquele boi
Pra onde o peão levou
Encontrei o pantaneiro
Bravo igual uma serpente
E com dois tiros certeiro
Matei a fera valente
No chifre ainda tinha
O sangue do inocente
Fiz um berrante do chifre
Guardei de recordação
Pra tocar de vez em quando
Na cruzinha do estradão
Esta é minha homenagem
Que fiz pra este menino
Lá no céu onde ele está
Ele continua ouvindo
Para sempre este som
Deste berrante assassino