Enumerar novidades
Falar de sentimentos
Teletransportar momentos fotográficos
Descobrir razões existencialistas
Traçar planos de futuro
Lembrar noites alucinadas de verão
Vestir máscara robotizada
Chorar solidão radioativa
Gritar por lírios brancos
Cuspir palavras medrosas
Encarnar personagem nouvelle vague
Transmitir recados telegráficos
Sentir cheiros agradáveis
Enterrar páginas de diário
Ressussitar fantasmas pós-modernos
Rasgar cortinas transparentes
Matar insetos de paixão
Afogar peixes tristes
Furar olhos indiscretos
Enxugar lábios verborrágicos
Suar borboletas azuis
Perder o controle das emoções
Encontrar livros antigos perdidos
Folear revistas de moda
Revisitar florestas escuras
Parecer criança mimada
Comer chocolates amargos
Montar quebra-cabeça milenar
Traduzir contos egípcios
Digitar flashes íntimos
Devorar os próprios braços
Acender o último cigarro
Queimar a única chance
Evitar o encontro por acaso
Fugir antes que seja tarde
Dizer a pura verdade
Simular a eternidade das relações
Desprogramar o último ato
Eternizar a efemeridade das conveniências
Telegrafar lágrimas de sangue
Misturar chantily e desespero
Crer na hiperrealidade do veludo
Lamber os dedos cansados
Extraviar mensagens urgentes
Travestir você de alguém
Pedir um pouco de atenção
Esgotar toda paciência
Datilografar sinfonias cortantes
Acreditar no calendário
Detectar crueldades passivas
Delimitar a altura do muro
Ensaiar frases de efeito
Lamentar o som monocórdio
Reduzir o sentimento de culpa
Enxergar além do desejo
Determinar o sim e o não
Explodir de curiosidade
Roer todos os complexos
Exigir ação e reação
Decodificar segredos latentes
Entender que precisamos de fatos