Por qualquer coisa à-toa,
Ele me maltrata,
Me bate e me deixa,
Por qualquer coisa à-toa,
Ele volta zangado,
E eu não tenho queixa.
E faz cara de asco,
Que me lembra o carrasco,
De um filme de horror,
De repente faminto,
Me olha e eu me sinto,
Perdida de amor.
Com um gesto, me chama,
Me acarinha e me ama,
E eu me sinto mulher,
E depois saciado,
Ele vira de lado,
Como quem não me quer,
E eu igual a um cãozinho,
Vou dormir quietinho,
Enrolado a seus pés,
Esquecida que à pouco,
Sem motivo este louco,
Só me deu pontapés.
Ele faz tudo isso,
Toma chá de sumiço,
Mas no fim me perdoa,
Este cara é meu mundo,
Pois no fundo no fundo,
Sei que sou coisa à-toa.
Ele faz tudo isso,
Toma chá de sumiço,
Mas no fim me perdoa,
Este cara é meu mundo,
Pois no fundo no fundo,
Sei que sou coisa à-toa...