[primeira parte]
Real valor, da licença aqui senhor
Aqui quem fala é matriarca com louvor
Voz que clama, que brada, arrebato nas matas
Levanto as caídas, alívio e saro as machucadas
Criei minhas filhas, seus filhos
Todos que a terra fertilizou
Que seu desprezo e desafeto 'bastardou'
Piso firme, em passos fortes eu vou
Onde meus pés chegar, ali é meu lugar
Nem tente restringir o espaço que devo ocupar
Guerreira sempre luta
Quando me faltar força natural
Rogo o sobrenatural
Ossaim tente, rose me ajuda
Me bota em pé pra luta
Minha ascensão vou atrás
Seja qual for opressor que tentar se opor
No aclive, no alvo
No foco analiso o histórico de conduta
Seja meu antecedente de 'luta'
Bruta, bandida, banida, mãe solteira
Trepadeira negra que assumiu papel de heroína ao vê la
Eu me orgulho do mundo que revivo
Sem seguir padrão
Sem roteiro na mão
Sem blá blá na situação
[segunda parte]
Bum bum bum pa!
Omnira rasga a racha
Da licença
Dai da frente
Liberdade vai passar
Hasta la vitória, siempre
'mujeres' mundos
Resistir é pra sempre
Então eu luto
Meu luto convertido em tudo
Tudo que insulto
Cuspo na cara, bruto
Tumultuou e fundo
Do peito empatia grita
Agita a fita
Uma por todas
E todas por uma vida
De bens, mainhas, loas, luas
Orixás e cantuas
Uma voz se ergueu
Omnira tá na rua
Do peito adentro
Boca a fora
Poesia que aflora
Um som do povo
Som de gueto
Sarava rei de ketu
Isso é quem sou
Quem fui, quem ei de ser
Orgulho encravado em mim
4P
Poesia de varal, que lava, enxuga, seca e veste
Get up stand up, ori em frente
Matriarca, pari quatro
Semi-deuses, meu retrato
Filha de dona nilma, siga o grito, largue o fardo
[terceira parte]
Bate forte no peito explodindo no falante
Quebrando barreira, seguindo adiante
De tanta tempestade, aprendi dançar na chuva
Com os pés calejados, sem desistir da luta
Mãos datas, seguimos, bate uma na outra
Dividimos o peso, mostrando nossa força
Frágil aqui é forte, fogo no pavio
Segunda agora a bronca da putaquepariu
Que a espada de ogum, abram os caminhos
Mulheres no combate trançando seus destinos
Falsos moralistas, nossa liberdade é seu pesadelo
Quebramos essa porra, abaixem os seus dedos
A luta tá no sangue, estampada na cara
tá difícil de engolir? toma um copo d'água